O governo da Arábia Saudita criticou a recente entrada em vigor nos Estados Unidos de uma lei que permitiria aos americanos processar Riad por seu suposto papel nos atentados de 11 de setembro de 2001, informou a agência oficial saudita de notícias "SPA".
O Ministério saudita de Relações Exteriores afirmou em comunicado divulgado pela agência que a aprovação desta lei "é uma fonte de grande preocupação para os países que são contra debilitar a imunidade soberana".
Segundo o órgão, o princípio de afetar a imunidade soberana "influencia negativamente em todos os países, entre eles os Estados Unidos".
Além disso, acrescentou que muitos governos e dezenas de especialistas em segurança nacional americana mostraram uma "grande oposição" a essa lei, já que "sentiram o perigo que pode representar nas relações internacionais".
O ministério expressou esperança de que "o Congresso americano tome os passos necessários para evitar as graves consequências que podem resultar desta lei".
A "Lei de Justiça contra Promotores do Terrorismo" entrou automaticamente em vigor na quarta-feira passada, depois que a Câmara dos Representantes e o Senado anularam o veto do presidente, Barack Obama, à dita lei.
Tanto os democratas quanto os republicanos consideram que há provas de que altos funcionários sauditas estiveram envolvidos na rede de financiamento dos atentados de 11/9, nos quais morreram cerca de 3 mil pessoas, e que, portanto, os parentes das vítimas têm direito a processos coletivos contra Riad.
A Casa Branca argumenta que a legislação põe em perigo as relações entre EUA e Arábia Saudita e cria um perigoso precedente porque, com a desculpa da reciprocidade, poderia convidar outras nações a demandar em cortes estrangeiras contra diplomatas e militares americanos.
O governo saudita nega ter laços com os responsáveis dos ataques e fez um enorme esforço de pressão em Washington contra a lei, que abriria a porta a uma onda de processos e pedidos de indenizações dos familiares das vítimas dos ataques de 11 de setembro.
fonte:g1.com.br